sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Updates

Uau. Já faz um bom tempo que eu não venho aqui compartilhar minhas experiências, então nada mais justo do que um resumo de tudo que aconteceu nesse tempo em que estive ausente durante essa madrugada de insônia. 

Bom, começarei a partir do último post que comentava que no dia seguinte seriam a primeira palestra para o processo seletivo do ICP. Eu fiz as entrevistas, fui muito bem e confiante nelas e saí tendo a certeza que receberia a Job Offer de performer em breve... Não rolou. A role, pelo menos, a resposta ainda era positiva! Acabei sendo selecionada para Operations, uma em que eu não tinha muito interesse (se bem que eu só tinha interesse em uma mesmo...), o que resultou numa grande batalha comigo mesma para aceitar ou não.

Demorei pelo menos 30 dias para aceitar, estava relutante porque não era o que eu sonhava ou esperava, estava decepcionada e achava que não valia a pena. Acabei aceitando, mas nem de longe estava tão ansiosa quanto a primeira vez. 

Ao chegar em Orlando eu estranhei muito, mas MUITO mesmo. Eu sentia que tinha algo errado, que aquilo não era minha casa. Não era meu lar como eu sentia da última vez e eu queria ir embora logo, mas decidi ficar porque não sou do tipo que desiste. Decidi esperar pelo menos até o trabalho começar. E que bom que eu esperei, pois ao pisar no Magic Kingdom eu lembrei porque tinha voltado, o que realmente importava. Não era Chatham Square, A bus, Roommates, companheiros de icp, era aquele lugar em que your dreams come true, é criar a mágica que é tão sagrada para eles. O Magic Kingdom tem um efeito em mim diferente de qualquer outro lugar, é especial... é home. Eu lembrei que não voltei pelas festas, pelas pessoas (talvez uma em específico), pelas casas, pelo modo de vida, eu voltei porque eu amava meu trabalho, eu amava criar felicidade, amava fazer parte daquilo que eu sempre sonhei. Dizem que eu vivo no mundo da fantasia, então onde mais eu me encontraria tão completa senão no lugar em que transformo a fantasia em realidade?

Os amigos que eu fiz eu vou levar pra vida toda, assim como no primeiro programa. Tive menos contato com brasileiros porque achei que seria a diferença entre os dois. Parei com o que estava me incomodando nas primeiras semanas que era a comparação entre as duas viagens, o que não faz sentido porque apesar de ser a mesma, foram completamente diferentes. Eu me apaixonei pelo meu trabalho, tanto que eu só queria viver em função dele. Me despedir foi a pior parte, pois não sei quando irei voltar... Não pude segurar as lágrimas e foram muitas, acreditem. Cair como Operations foi o melhor que podia ter me acontecido... E bom, onde eu trabalhava? Em todo lugar. Eu era Main Street Operations, o que significa que eu controlava a parada e também a fila para ver o Mickey. Um sonho. Estressante, mas não podia ser melhor.

Eu voltei trazendo uma enorme mala com roupas e brinquedos, uma gigante bagagem de conhecimento e muitos, mas muitos amigos em todo lugar do mundo e dos Estados Unidos. Então agora... Qual o próximo destino? 

Orlando, I'm not done yet! 

Até a próxima!
xx

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Disney Complex

Bom dia! Meio sumida, mas sem tempo de sequer respirar, por exemplo, agora estou postando diretamente da minha aula de política. Eu não sei se poderei viajar esse ano de novo, mas não agüentei não tentar! Sexta feira (17/05) terei a palestra e muito provavelmente no dia seguinte a entrevista. Não estava nervosa até chegar tão perto e eu me sentir tão despreparada! Desde que voltei estava confiante, mas agora já não sei mais. Nem sequer fiz minha carta de apresentação ainda, só atualizei meu currículo e olhe lá. Bom, já estou no grupo de cast members (futuros ❤) desde ano passado e os newcomers não se pronunciavam até essa semana, quando o desespero chegou e as duvidas também. E a pergunta sobre os condomínios sempre tem, dessa vez fiz um resumo sobre eles com os prós e contras de cada um e achei interessante postar para necessidades futuras... Mas todos sabem que o Chatham tem um lugar especial no meu coração. 

Vista Way é a cara do Icp, quase mascote! Ponto de ônibus dentro do condomínio, festas, wendys, dollartree, starbucks e cici's por perto. Mas tem insetos, é velho e os apartamentos não são muito bons não HAHAHAHA
Chatham Square é amor, mordi minha língua por ter pedido vista e agradeço ter caído lá, com ponto de ônibus, primeira parada da maioria, pertinho do outlet e dos outros condomínios, apartamentos ótimos. 
Patterson Court é MUITO bom, só falta a parada de ônibus própria! Os apartamentos são lindos e gigantes! Nao tem grandes problemas como o povo gosta de falar, é até mais bem equipado que o Chatham. 
The Commons eu nunca entrei num apartamento, mas fazer laundry em casa facilitaria muito (não é essencial, mas ainda assim seria mais pratico), os vizinhos são lindos (europeus <3) e o problema são os ônibus que nem todos paravam ali ou partiam dali, o que era ruim porque ninguém merece andar muito quando ta cedo ou tarde demais. Mas era na frente do outlet, quem precisa de florida mall? Hahaha brinks, eu preciso. 

Enfim, fiz meu resumo. Conclusão: Chatham é vida. Se eu voltar, espero que seja pro meu querido 5201 ou 7104 ❤

quinta-feira, 28 de março de 2013

And now the dream is only memories...

Faz um bom tempo, não é? Vou tentar explicar... eu fui para a experiência mais incrível da minha vida, passei três meses vivendo um sonho, voltei e estou curtindo uma depressão que sei que será eterna. O International College Program é definitivamente uma experiência de vida incomparável com qualquer outra e eu aconselho a todos, absolutamente todos, a pelo menos tentarem. Vou tentar explicar um pouquinho, mas não como um way of life, mas um passo a passo, pelos sentimentos e histórias... vai ficar grande, i'm pretty sure. Mas vou tentar responder todas as perguntas que as pessoas me fazem tipo... SEMPRE que falo sobre a Disney.

Em primeiro lugar, eu sei que esse era meu sonho desde sempre, que eu vivo e respiro Disney, que era totalmente a minha cara... mas até mesmo quem não é assim vai amar e se identificar com o programa! É realmente maravilhoso e eu cresci muito com o que aprendi e vivi por lá. Vi muita gente voltando sem aproveitar tudo o que o programa oferecia, mas posso dizer com todas as letras que eu aproveitei a oportunidade. É preciso lembrar que é um programa de trabalho, repetindo tra-ba-lho. Não é para entrar nos parques de graça, conhecer backstage, ir em festas, é simplesmente para dar o seu melhor e manter o padrão Disney de qualidade. E aprender com essa empresa os truques que eles usam para conquistar gente de toda parte do mundo, de todas as idades. 

Quando descobri que tinha sido aprovada eu surtei, meu sonho estava tão próximo de se tornar realidade... Contei dias, horas, fui a meetings e conheci pessoas maravilhosas que vieram a se tornar os melhores amigos que pude ter... de todo lugar do Brasil e infelizmente, de todas as faculdades, sendo muitos de federal e estadual que foram afetados pelas greves e não puderam participar do programa. Sim, foi trágico e 2012/2013 foi um ano muito difícil para nós, candidatos, tivemos que passar por muita coisa, mas isso já foi mencionado em posts anteriores... Dia do embarque, mais nervosa impossível, né? Primeira escala em São Paulo simplesmente pelo fato de querer viajar com meus melhores amigos! Brasília, Rio e São Paulo se reunindo e chorando naquele aeroporto, inclusive os que nem iriam mais... 

Primeira pergunta: Como foi viver sem sua mãe? Incrivelmente fácil. Não era minha primeira vez longe da minha família e apesar do período ser um pouco maior eu não liguei mesmo. Sou uma pessoa muito emotiva, completamente ligada a família, mas não sou de sentir saudade. Claro que fez falta, mas não foi nada que eu pudesse dizer "nossa, como eu queria minha mãe'', porque eu não queria (desculpa, mãe). Mas isso vai de cada um, eu sei lidar com isso muito bem e sei me virar quando tenho problemas ou estou sozinha, nem que seja chorando e pedindo ajuda a desconhecidos.

A emoção de chegar em Orlando era gigante, dizer tchau pros meus amigos porque eles estavam com o transfer da STB e me perder no aeroporto procurando o grupo que eu tinha organizado para ir com um transfer a parte... foi muito bom! HAHA um pouco assustador, mas bom. E claro que aquele foi o dia em que todos resolveram usar vermelho, só dificultando achar o pessoal. Deu tudo certo no final, mesmo com aquele transfer LOUCO que era mais um sequestrador de intercambistas que queria vender nossos órgãos no mercado negro (ainda não tinha - ou eu não via - a novela das meninas da Turquia, o que não ia interferir na minha opinião sobre o cara). Era muito engraçado nos emocionar (eu e Gabi, principalmente!) toda vez que ele entrava numa rua e falar ''nossa, que lindo, é aqui que eu vou viver? ai, que maravilhoso, eu nunca mais vou sair desse lugar, vista way is the way, nossa, como o vista é lindo'' e acabar que o cara só estava dando voltas e voltas pela cidade e reclamarmos ''ah, tomara que ele não entenda português porque senão ele deve ta rindo muito da gente achando que chegou e na verdade é um hotel". 

Segunda pergunta: Foi muito caro? Essa é a pergunta mais relativa de TODAS as que possam ser feitas. Cada um é cada um. Cada um gasta o dinheiro com o que quer e julga ser necessário, alguns economizam, outros preferem os melhores planos. Não é barato, intercâmbio nenhum é. Você vai desembolsar uma grana boa SIM, mas não como se estivesse indo para qualquer outro lugar do mundo estudar. Você paga pela passagem (o que é varia de acordo com a data, antecedência que comprou, milhas, etc), plano de saúde, assment fee (quase uma ''reserva'' no condomínio da Disney), visto e muitas taxas (inclusive de antecedentes criminais que se for na polícia federal você tira de graça, mas não pode tirar por conta própria). Enfim, é caro, mas não tanto quanto um intercâmbio comum. 

Chegou a hora do check in e quando eu cheguei era aniversário do Mickey! Muito amor, jamais esquecerei dia 18/11! Meus amigos da primeira data estavam lá para me receber, matei as saudades do Rafa que apesar de só ter passado uma semana, eu senti muita falta! A Duda, o Dani, tantos outros que eu nem consegui ver direito na chegada. Peguei minha chave e descobri que estava no Chatham Square #5201 (saudade!) e não estava com as roommates que eu havia pedido, mas estávamos no mesmo condomínio e em casas próximas. Minhas seis meninas que são consideradas roomies de coração, mesmo elas me trocando as vezes. Karol, éramos roomies perfeitas, não sei como a Disney não aceitou, eles TINHAM que perceber que pertencemos ao mesmo quarto! 

Terceira pergunta: Você morava dentro da Disney? Quase isso. Depende do ponto de vista. Eu morava na região da Disney, ou seja, perto de todos os parques e resorts (e é consideravelmente longe da Universal). A Disney possui 4 condomínios com casas para os Cast Members. Sim, é exclusivo para cast members. Você paga por ela com o seu salário, vem descontado a cada semana no seu paycheck e você pode morar em apartamentos de 2, 3 ou 4 quartos com pessoas do mundo inteiro!

Quando entrei na minha nova casa eu estava MUITO nervosa, não sabia o que -e principalmente quem- encontraria lá dentro. Como sou menor de idade, morei com meninas menores de idade também e para conforto dos pais, somente com meninas, é claro. Acontece que acabei morando com 7 americanas. SIM, SETE! Muita mulher pra uma casa só! Mas elas eram uns amores! Meu maior medo era morar numa casa com estranhas que já tinham sua rotina, suas regras e eu chegaria como "a intrusa", mas felizmente deu tudo certo. A única que estava em casa era a Cecília, uma garota linda de Chicago que veio se tornar uma das pessoas mais queridas do meu ICP. Logo conheci a Liane e no primeiro dia já sabia da história toda dela e do namorado... Depois conheci Tory (Victoria), Madison, Erica, Shanelle e Stevani. Eu gostava MUITO delas, mas era óbvio que tinha minha preferência pela Cecília. Ela é um amor e nos demos muito bem, a carregava para festas, para todo lugar que eu ia porque eu adorava a companhia dela e nos divertíamos muito! E ela não fazia essas coisas! Sabem, se divertir, sair. Erica era um amor também, ela merece ser mencionada com vários corações porque ela era incrível! Tory e Stevani eram bem... festeiras, além de maiores de idade como a Liane. Eu as adorava, sempre muito divertidas e chegamos a sair juntas uma vez, o que não deu muito certo... Ah, elas faziam o estilo piriguete de ser, mas são LINDAS. Liane passava pouquíssimo tempo em casa, vivia com o namorado na casa da esquina, mas era muito gentil quando estava em casa (tirando o fato que ela chegava, comia e não lavava a louça). Madison era muito engraçada! Ela era maravilhosa e eu não conseguia ficar sem rir perto dela! E Shanelle dividia o quarto comigo, mas era a que eu menos tinha contato. Ela saia cedo e eu voltava tarde, só nos encontrávamos dormindo. Digo, ela saia eu dormia e quando eu chegava ela dormia. Mas o pouco que falamos, gostei muito dela, apesar de não termos afinidade e não me sentir muito a vontade... Eu sentia que ela não gostava muito de mim. 

Quarta pergunta: Peraí, então você era menor de idade. Não foi a festas? Fui e muitas por sinal. A maioridade nos EUA é 21 anos para beber. Tanto que dirigir é 16! O que eu acho um absurdo, mas ninguém perguntou. A maioria das festas são para 18 anos, normalmente... Menos a House Of Blues que é 19, e claro... algumas festas que eu não conheço para maiores de idade. A vantagem de ter 21 ou mais é poder comprar bebida, beber em paz, pagar menos pra entrar nas boates (geralmente até de graça!). Porque sinceramente não faz diferença. Você consegue ficar 3 meses sem beber, mas mesmo assim é só tomar muito cuidado... E não fazer besteira, é claro, como aparecer bêbado trocando as pernas na frente do security. 

Depois de conhecer as roomies era hora de ir ao Wallmart. Fazer compras sozinha, sem a mamãe, quem diria... Eu e Karol fomos juntas e lá encontramos a Julia que nos guiou brilhantemente porque estávamos tão perdidas, mas tão perdidas que só faltava um funcionário nos recolher e colocar nos achados e perdidos. Deu tudo certo e a primeira semana era de boas vindas, acordar super cedo para assistir palestras de Welcome Section é o que há! Só que não... é tudo bem emocionante no começo, mas acordar as cinco da manhã é dureza... ainda mais uma semana direto. (Atenção, Spoiler!) Então tivemos o Traditions que é muito legal, todo mundo fala maravilhas e eu queria matar que ficava twittando ou postando no facebook durante o traditions da data antes da minha... mas quando chegou minha vez de viver na pele... mordi a língua! Mas que porre que era! Acordar as 4:30, ficar um tempão no ônibus, assistir uma palestra chata e monótona... Pelo menos eu amava quando passavam vídeos com discursos do Walt Disney. E quando fomos para o Magic Kingdom de roupa social era muito legal, me senti uma agente secreta. E receber as nametags... não teve como não chorar. Acho que minha ficha caiu bem ali de que estava acontecendo. Logo eu ia trabalhar e também "descobri" minha work location: Magic Kingdom (meu lugar favorito pra todo o sempre), Cosmic Ray's. 

Quinta pergunta: Você recebia para trabalhar? Deu pra ficar rica? Eu era quick service no Magic. ÓBVIO que eu era rica! HAHA mas é óbvio também que isso é pura ilusão. Sim, eu recebia pelas minhas horas trabalhadas semanalmente, era Slave D begins with me, mas slave atualmente também recebe. A questão de dinheiro sempre vai ser relativa. Depende da sua role, horas trabalhadas e até mesmo location. Eu trabalhava na role mais bem paga, milhares de horas por semana e tinha taxa Magic Kingdom, ou seja, meu paycheck era gordo lindo e maravilhoso. Mas isso quer dizer que todos do MK eram felizes, ricos e contentes? Não, cansei de ver gente passar fome quarta porque não tinha mais dinheiro no cartão e tinha que esperar a quinta. E simplesmente porque eles tem prioridades diferentes da minha (não só pessoal do MK, mas de qualquer location e qualquer role).Tinha gente que gastava tudo em roupas, acessórios, eletrônicos, eu não sou de comprar (apesar de voltar com muitos bichinhos de pelúcia, eles tecnicamente nem eram pra mim). Tinha gente que vivia com o que recebia de salário, eu levei o dinheiro que economizei o ano todo no estágio para poder sobreviver sem depender do salário, então eu ia economizando o que recebia sempre. Tinha gente que não queria trabalhar vivia dando call sick (quando liga dizendo que ta doente) ou dando shift, eu trabalhei todos os meus shifts porque essa era minha responsabilidade e o que me comprometi a fazer. Só dei call sick quando foi necessário e dei shift na última semana porque estava cansada e minha mãe estava lá. Enfim, a questão é que cada um decide o que vai fazer com o dinheiro e eu sei que administrei o meu muito bem, mas não me considero rica porque ninguém em ICP é. 

Minha work location... Será que é melhor chamar de Cosmic Hell? Porque é assim que ele é conhecido pelos cast members. Ser quick é um trabalho pesado, mas quick no Cosmic é... insano. Sou grata a ele, pois agora posso dizer que se sobrevivi ao Cosmic, posso trabalhar em qualquer lugar, isso porque ele é apenas o restaurante mais cheio da Disney e o segundo maior do mundo! Não foi fácil, no começo quando vi que seria quick fiquei um pouco desapontada, devo admitir porque eu queria trabalhar com entertainment, sempre quis. Mas não era isso que ia me fazer desistir de realizar meu sonho de ser uma cast member. MAS porque eu ficaria triste? Eu tinha pedido Magic Kingdom, eu queria mais que tudo trabalhar no meu parque favorito e ainda trabalharia no restaurante que tem uma vista maravilhosa pro castelo. Fui e não me arrependo, conheci pessoas maravilhosas que vou levar no coração pra vida toda e devo dizer que é por elas que eu não conseguia ficar longe daquele lugar! O Cosmic é um restaurante diferente da maioria por estar sempre cheio, MUITO cheio. Achava muito legal contar pras pessoas que eu trabalhava e a reação delas ser sempre a mesma “Outch! I’m so sorry for you’’. Bom, às vezes eu estava sorry por mim também. Eu ficava no counter (o que é melhor do que ficar na cozinha, minha opinião). Como o restaurante me ocupava muitas horas e todas as minhas energias eu nunca procurei por horas extras. Mas eu não sei se eles me amavam muito que me queriam em todo lugar ou me odiavam tanto que não me queriam em lugar nenhum porque eu vivia sendo deployed. Trabalhei no Tomorrowland Terrace durante o Natal e Ano Novo (que abre apenas nessa época ou quando o parque está MUITO cheio, como o verão) e nos Stands East que é basicamente TODA a tomorrowland e fantasyland.

 Sexta pergunta: Então o trabalho é pesado assim mesmo? Sim, é bem pesado. Não importa o que digam, a maioria dos trabalhos são bem puxados sim. Seja quick, custodial, attractions ou o que for, resort, parque ou downtown. Uns piores que outros, com certeza. Mas vou falar sobre o que eu vivi. Quick em parque. Sim, é sofrido, é muita gente, é pesado e cansativo. O meu restaurante vivia cheio, temos que ficar horas e horas em pé, sem bocejar, cruzar os braços ou deixar de sorrir. Mas isso eu não reclamo porque sinto muita falta em todo lugar que vou hoje em dia. Correr de um lado pro outro pra dar conta de todos, entregar os pedidos para os guests sem que eles fiquem irritados, é uma correria que não tem como não ficar cansado. Sem falar do peso que é carregar caixas de ketchup, maionese, mostarda... e trocar refrigerante (o que eu só fazia quando tava entediada...), ter que ficar descendo para os túneis para fazer estoque e carregar muitas caixas, sem falar nas águas. E quando era a hora de fechar, ter que limpar tudo, deixar brilhando para o dia seguinte... Era difícil, cansativo e aquele topping bar me fazia ficar horas e horas pra limpar os codimentos... Não foi nada fácil, passar mais de 10 horas trabalhando ou mesmo os shifts de 6 horas (as vezes até mais) em que eu tinha que fechar e sair de lá de madrugada, perder festas como o Winter Formal, escutar a chamada de que o parque está oficialmente fechado, ver os carros de limpeza passando pelo parque... e até isso foi legal, ver que mesmo depois do parque fechado ele não está vazio. As vezes eu saia destruída, trabalhava demais, mas posso dizer que mesmo xingando muito guest, coordinator e minha vida, eu não me arrependo de nada.

Eu trabalhei em vários lugares e todos eles eram puxados, mas nenhum deles era o Cosmic, ser deployed era muito fácil porque eu já estava preparada para o pior. Meus co-workers eram fantásticos (Saudades, Família Tufão, Família Cosmic!), em todos os lugares em que trabalhei. Fiz muitos amigos, brasileiros, americanos, neozelandeses, franceses, australianos, colombianos, equatorianos, fosse o que fosse. Eu estava sempre pronta pra fazer amizades... Acho que principalmente por não ter ficado onde eu queria que era o Vista, perto dos amigos que já tinha feito. Isso me obrigou a sair com a Karol pelo condomínio e bater na casa de estranhos fazendo amizades. Sim, eu fazia isso e não, não me arrependo. E claro que se eu não tivesse feito isso jamais teria conhecido o Julian, não é? Por isso uma das minhas dicas mais importantes é: aproveite que você não irá conviver com essas pessoas pelo resto da vida, é algo temporário e não se envergonhe de fazer algo impulsivo, minhas melhores histórias são porque fui apenas isso, impulsiva (não inconsequente, ok?). E essa é uma dica que eu estou levando para sempre agora, o impulso de fazer as coisas sempre lhe renderá suas maiores diversões, melhores amizades e com certeza melhores histórias.

Sétima pergunta: Você trabalhava muito e às vezes até tarde, você não ia em festas? Nossa, como eu ia! Não sou uma garota de "balada", não mesmo, é muito difícil você aqui no Rio me ver em boates, nights e saindo por aí, eu sou a típica garota que ama colocar o pijama e passar o fim de semana em casa assistindo série ou filmes, eu adoro isso. Mas eu ia perder as oportunidades que estava tendo lá para ficar fazendo a mesma coisa que faço em casa? Uma coisa é eu não curtir party aqui no Brasil, na minha cidade cheio de gente estranha, mas lá a maioria das festas eram com as mesmas pessoas, o que implicava em encontrar seus amigos SEMPRE e fazer amigos que iria ver sempre. Eu trabalhava até tarde no começo, então eu perdia muita coisa (menos a bdubs porque eu geralmente tinha day off!), mas ia bastante pra casa dos meus amigos assim que chegava do trabalho, por mais exausta que eu estivesse ficava com eles até bem tarde (viva a churrasqueira também), já que eu poderia acordar mais tarde... E quando meus shifts começaram a durar o dia inteiro (de manhã até o final da tarde), eu chegava, mudava de roupa correndo e saía direto pro party bus! Sim, nesse nível. Eu não conseguia ver minhas roomates direito! Apenas a Cecília que eu carregava comigo algumas vezes! Eu dizia no começo que eu tinha que aproveitar nas primeiras semanas pra ir pra festa todos os dias porque quando o trabalho começasse de verdade o Cosmic ia sugar minhas energias que eu não ia conseguir fazer mais nada, mas eu não parei de ir com o trabalho aumentando não. Mas claro que eu nunca deixei minhas festas na noite anterior interferir no meu trabalho no dia seguinte.

Então as festas eram muito boas sim, apesar de ser sempre as mesmas músicas, mesmas pessoas, nenhuma noite era igual a outra. Tinham várias festas pelas boates de lá e eu sempre que conseguia ia, mas eu geralmente ia em house partys (por chegar do trabalho tarde e não dar mais pra ir em boate), na Bdubs ou House of Blues. Mas irei em todas agora! Era muito bom! A minha favorita era a quarta feira, porque tinha Bdubs. Era um restaurante, que virava bar e karaokê, mas a parte de fora (aberta porque era para fumantes) tinha um DJ e virava uma boate. Então era maravilhoso, você encontrava todo mundo, cantava com seus amigos, pagava micos, conhecia gente nova e podia dançar até amanhecer. Bom, na verdade até duas da manhã porque é quando as boates fecham (na verdade tudo fecha), pois nos EUA é proibida a venda de bebida alcoólica depois desse horário e os estabelecimentos noturnos preferem fechar. Mas sempre haviam after partys na casa de alguém (fosse nos condomínios da Disney ou não HIHI, mas isso eu deixo quieto). Eu sinto muita, muita falta das festas, das músicas, das danças... Sim, porque eles gostam de dançar aquelas músicas com coreografias já e eu decorei e não consigo aceitar que eles não tocam aqui no Brasil. Saudade Cupid Shuffle e Cha Cha Slide. Então sim, mesmo trabalhando horrores eu arranjava energia não sei de onde para ir para night. Encontrei uma amiga minha recentemente que me disse "nossa, você ta com uma cara tão melhor! quando eu te via lá você tinha umas olheiras gigantes no final do dia, mas agora você ta saudável de novo". Brigada, Anne! HAHA Eu ficava muito cansada, mas isso não me impedia de festejar não. 

Oitava pergunta: Mas se você andava com muito brasileiro, deu pra aprender inglês? Claro que sim. Eu já fui com um inglês muito bom. Eu não sabia disso, achava ele mediano e era mais porque eu tinha muita vergonha de falar inglês com os outros. Mas ao chegar lá, tudo é em inglês, as palestras, treinamentos, seus manegers, co-workers (por mais que você tenha amigos brasileiros com você, o que as vezes eram minha salvação quando tava de saco cheio), guests e sem falar das milhares de pessoas que você conhece que só falam inglês. Eu buscava faze amizades mais variadas porque eu justamente queria melhorar meu inglês, mas é claro que eu andava com brasileiro, todo lugar que eu ia eu achava algum, amigo ou não... porque aí passava a ser. Foi muito bom no sentido de ter que me virar em inglês, mas qualquer dificuldade (seja qual fosse, como o roubo de um celular), você tinha algum brasileiro que ia entender o que você queria dizer e te ajudar da forma que você precisasse caso não desse conta. Por exemplo, no trabalho a cozinha era cheia de haitiano e eles são grossos, mal educados e não entendem inglês direito, falar com eles era uma tortura! Agradeço até hoje por ter tido amigos brasileiros na cozinha porque era só gritar eles que eles não faziam cara feia, não fingiam que não escutavam, só iam lá e resolviam o problema sem mais perguntas. Brasileiro facilita sua vida, é bom ter por perto, mas não deixe de conviver com outras nacionalidades por causa disso.

Eu tenho muitas histórias de quando estava trabalhando, de problemas, de magical moments, de quando era guest e ajudava guests, de fazer magical moments até quando não estava trabalhando, mas isso não é algo que vou falar aqui. Senão não acabo nunca! Só vou adiantando que era uma sensação maravilhosa ser parte do cast, de poder realizar desejos e sonhos, de ver crianças, adolescentes ou adultos felizes como nunca foram. Trazer a fantasia para a realidade é algo magnífico e me fez decidir que era isso que eu queria para o resto da vida, só não sei como ainda. E depois desses meses maravilhosos de festas, trabalho, felicidade e magical moments... A fantasia tinha que acabar pra mim. Já era hora de voltar! E isso só me fazia querer chorar mais e mais. Eu teria que dizer adeus para um sonho, para amigos que moram longe seja no Nordeste, São Paulo, Orlando ou Nova Zelândia! Era triste cada despedida. Como dizer adeus as minhas roomates, porque elas foram embora no começo de janeiro e só a Cecília ficou. Ou o Callum, e como eu sinto a falta dele... Estúpido, né? Por que a distância existe mesmo? Alerta, estamos chegando num momento muito emocional do depoimento. 

Nona pergunta: Suas roommates foram embora um mês antes de você, ficou você e a Cecília morando sozinhas num apartamento para oito? Não, nós tivemos que nos mudar. Ela foi para um apartamento com uma amiga dela (a qual eu tenho muito ciúme) com outras duas garotas que não cheguei a conhecer e eu para um apartamento com 3 brasileiras, 1 americana e 1 japonesa! Saudade de todas, principalmente Mabi! Que apesar de não acompanhar minha vida noturna porque tinha que sair de madrugada para trabalhar (viva vida em resort, quem disse que era mais fácil?), nós pelo menos nos encontrávamos quando eu chegava das festas e ela saía para terminar e ela escutava todas as minhas histórias sobre todos os meus meninos... principalmente Callum. Oh, como ela sofreu ouvindo dele... 

Novo apartamento, gente nova e principalmente... hora de dizer adeus. Eu ainda não entendi porque a Disney não aceitava que fôssemos roomies, Karol. Mas mesmo você e Julia me trocando, vocês eram as minhas roomies de coração. Foi muito triste se despedir. Primeiro as roomates, sem falar em todos os americanos do trabalho. Saudade demais! Oh, Katie, você apareceu do nada e fez tanta diferença na minha vida. Olga, Zach, Angie, Cesar, Jonathan, Na-Vin, Bianca, Emma, Briar, Nicolette, Julio, meu querido Josh,... apesar de alguns serem part times e ainda estarem lá... eu sinto falta de todos. E como esquecer meu segurança gatinho da House Of Blues, que pena que só começamos a conversar depois que eu já estava indo embora, pelo menos nos falamos até hoje, assim como eu e Katie. E Daniel e Vitor... mesmo não sendo da Disney, fizeram uma grande diferença na minha vida por lá. E que droga, Callum, por que eu tive que dizer tchau pra você também? Gostaria que tivesse voltado comigo. Na verdade, que você tivesse ficado para terminar seu programa, tenho certeza que deixou muitos no Imagination muito triste com sua termination. Mas acho que mais que todas as pessoas que conheci, o que mais me faz falta é o meu Magic Kingdom, é minha magia em forma de parque. Nenhum parque é como ele, claro que eu amo todos, mas o MK sempre teve uma importância maior pra mim. E como eu sinto falta de acordar, colocar uma roupa quentinha porque meu apartamento era um gelo e sair e sentir aquele bafo quente porque o ar condicionado sempre me enganava, ou então sair e sentir que estava muito mais frio do que deveria, chegar em casa pra trocar de roupa, passar um lápis e ir pra algum lugar, estar entediada e sair para bater na casa de algum amigo, não ter companhia e sair pra festa mesmo assim porque no party bus eu ia encontrar algum conhecido ou fazer alguma amizade, conhecer gringos de todos os lugares e fingir que sabia falar a lingua deles, ir almoçar no cici's porque era tudo que eu podia comer por 5 dólares mais desconto de cast member, poder usar meus 40% de desconto nas lojas da disney, ganhar várias coisas de graça só por conhecer a pessoa que trabalha no lugar que eu estava indo comprar, entrar pelo backstage nos brinquedos com filas gigantes, receber abraços mais carinhosos de personagens porque eles me conheciam ou o attendant avisava que eu era uma pessoa especial, conhecer e ser amiga do príncipe da branca de neve, ser chamada de Anna Bananna por ele toda vez que ele me via, ajudar as princesas a se vestirem no vestiário, chegar onde eu queria muito mais rápido pelos tuneis do que pelo parque, conhecer o backstage de todos os parques, ir pra piscina em qualquer resort, pegar ônibus para o Epcot só por estar entediada então comer na França e ficar na Inglaterra ouvindo o sotaque mesmo sozinha, visitar amigos na work location, receber flertes de todos os lugares do mundo, lutar para entrar no õnibus de volta pra casa e sempre voltar sentada e no A bus, flertar e muuuuuuuito com aqueles europeus maravilhosos do Epcot, fazer a vida em compras no cast conection ou comprar lembrancinhas por muito mais barato na property control, sempre pegar o brownie no cici's porque tinha a esperança de que algum dia seria bom, ir no dollar tree fazer a festa com as coisas por um dólar, aproveitar cada carona para o florida mall, comemorar cada quinta pelo paycheck, tomar café no dunkin donuts e encontrar o pai do ano (né Ju e Karol?), ir no downtown procurar o Daniel no Earl of Sandwich (né Ju?), tomar o melhor milkshake de caramelo no Guirardelli (né Bru?), xingar aquele colchão barulhento, dormir na casa de amigos com eles na mesma cama e não ser julgada (Caio e Kadu!), andar com bottons de just engaged ou comemorar aniversário de namoro estando solteira com os amigos, dormir no sofá da casa dos outros e ser melhor que a própria cama, entrar em pânico ao não achar a id quando for entrar no ônibus, pedir para os amigos "perderem" um pin e te darem só porque achou bonito e não quer gastar uma fortuna por um pin, ver o sinal de "magic kingdom is currently closed'' e não ser nem 10 da manhã ainda (e eu poder entrar assim mesmo), rir da costume dos amiguinhos, mas odiar a sua própria, assistir as parades e wishes todos os dias, decorar o wishes e reconhecer a parte em que está apenas por fotos ou pela música, conhecer cada detalhe e curiosidade dos parques, amar fantasyland mais que tudo, mas nunca ver tanto carrindo de bebê junto na vida, sorvetes da Disney (enough said), fourloko! FOURLOKO!, kitchen sink!, levar uma pizza inteira para casa depois das festas do housing, michelinas.. oh wait, sem saudade disso!, responder perguntas idiotas de guests, poder gritar que está na frente do castelo toda vez que te perguntarem, se esconder quando grupo de brasileiro aparece (mas seus co-workers sempre te encontram...), hageen dazs por 3 dólares, ben e jerry!!, ganhar chocolate cake dos amigos em qualquer lugar que fosse, poder entrar e sair da Disney University, não suportar mais a música da tomorrowland, mas sentir falta do Sunny, comprar o dollar menu, entrar no the hub, dar tchau pro mickey todo clock out, levar um susto com aquela cadeira porque acha que vai cair, ser chamado de cast member.

Décima pergunta: Você vai voltar? Com toda a certeza eu respondo que sim. Esse programa mudou minha vida, formou meu caráter e me ensinou coisas que eu não sei se aprenderia se tivesse ficado em casa nas férias. Eu estava em dúvida sobre voltar não porque não sinto falta (como da pra ver eu sinto, de tudo e todos os dias), mas sim por causa da minha vida acadêmica e profissional também, eu queria procurar um estágio melhor, me dedicar a faculdade para acabar em breve, mas... tem como eu ficar mais de um ano longe dessa magia que me consome? Impossível. Eu não posso e nem quero. Voltarei com toda certeza. Pelo menos tentarei e espero conseguir voltar, porque esse programa não é só um trabalho... é uma experiência fantástica, mesmo sendo escravo da Disney. Nem tudo são flores e a Disney não é a melhor das empregadoras, ela comete erros e nem tudo é perfeito como parece, mas vale tanto a pena, é tão recompensador que supera todas as desvantagens. Eu quero e preciso voltar, se todo esse texto não consegue convencer quem quer que seja que é a melhor coisa que eu já fiz, então talvez não seja pra você. Ou talvez seja, você precisa viver na pele para acreditar ou entender. Ser um cast member é mais do que um funcionário da Disney, é ser um dream maker. 

Sinto falta de cada segundo da minha vida lá... E pode ter certeza que eu voltarei. E aplicarei, como já aplico, tudo que a Disney me ensinou profissionalmente na minha vida de agora em diante. Porque é muito mais que limpar ketchup ou entregar bandejas, mas a forma de tratar cada um, agir na frente do seu guest, manter a imagem da empresa. Mickey Mouse, você foi o melhor boss que eu poderia ter. 

xx

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Almost There

Eu estou há muito tempo sem postar, mas não por falta de vontade e sim por falta de incentivo e muita preguiça. Mas eu to sentindo falta e todos os dias eu sentia, mas falava ''ah, mas tem tanta coisa pra colocar em dia...'' Vou tentar fazer o maior resumo da história sobre o que tem acontecido, tudo de bom e ruim que aconteceu...

Passei na Disney, isso não é novidade, vou ser Quick e trabalharei no Magic Kingdom, no Cosmic Ray's da Tomorrowland! Bom, isso é novo! Estou muito feliz e animada com minha work location apesar de estar morrendo de medo, pois é o segundo restaurante mais cheio de todos os parques e já vi como vou sofrer com a correria e o trabalho pesado. Mas sei que vai compensar! Eu fico meio assim de ter que chegar as 4 da manhã todos os dias em casa, mas.. nada que uma troca de shift com alguém não resolva, tem tanta gente em resort... 

E isso é sobre outra coisa legal de comentar: Tem muuuita gente em Resort! Muito mais do que em parques e Quick a preferência é para parques! Não estou entendendo! Sem falar que esses últimos chamados estão trocando de role do nada (menina de quick que passou pra attendant, invejinha!). Bom, pelo menos eu vou ser muito rica, né? Trabalharei demais, mas vai compensar pela grana e porque é na Disney! E no parque! E não em qualquer parque, é no meu favorito!

Tudo também indica que eu vou conseguir morar com as minhas amigas lindas que escolhi, vai ser maravilhoso se eu conseguir, facilitará tanto minha vida... Tenho receio de chegar numa casa já habitada, onde elas já se conhecem, já tem suas regras e ser a intrusa ali no meio, eu queria começar do zero e de preferência, com pessoas que conheço! Enfim, vamos ver no que isso vai dar...

Agora que as novidades boas foram ditas, chegou a hora da parte ruim.. Há um tempo o consulado estava impedindo que os estudantes de federais tentassem o visto J1 e fizemos uma grande mobilização para conseguirmos nosso direito de pelo menos tentar. Chegamos a mídia (todo tipo, inclusive matéria no Jornal Nacional), fizemos um abaixo assinado com muito mais de 4000 assinaturas (inclusive do cartunista Mauricio fofo de Souza!) e... bom, não conseguimos nada além de um ''Desculpa, mas tenta ano que vem!''. Foi decepcionante e devastador, eu não me prejudiquei porque sou estudante de particular, mas fiz muitos amigos que não poderão realizar um sonho por causa de uma greve que eles não queriam e de um consulado que não aceitou os acordos que eles tinham com as próprias faculdades. Já chorei, fiquei triste, tomei as dores deles, porque afinal, é a minha também! São amigos e pessoas queridas que não vão mais viajar comigo depois de todos os planos e ansiedade que fizemos e passamos juntos! Eu só quero que eles saibam que farão MUITA falta, eu lutei por eles e sei que o futuro guarda algo muito especial para cada um deles. Então, Bia Novellino, Fe Demolinari, Igor Quintanilha (que conheci depois e é nosso querido quase mister ICP), Laís Souza, Lari Benicio, Lisi Proença, Luan Goulart, Lulu Valério Neto, Priscilla Dias, Rafa Spitz, Sacha Moledo, Sheron Nardelli, Thalita Soares. Se esqueci de alguém, perdão, peguei na lista que alguém tinha feito antes os que eu conheço e gosto.. E botei em ordem de chamada pra não dar briga. Vocês já fazem parte desse icp, vocês são demais! 

E claro, como esse ano ta DIFÍCIL, ta tudo acontecendo, bruxa solta LEGAL, faltando apenas 18 (!) dias pro meu embarque eu ainda não estou com o passaporte em mãos apesar de já ter tirado o visto e ter dado tudo certo. O correio entrou com uma liminar contra o DHL (empresa que entrega os passaportes) e eles não podem mais entregar nada que foi recebido até o dia 26/10. Legal, minha entrevista foi dia 25, isso significa que as chances de já terem entregue pro DHL são quase nulas e ninguém sabe por onde anda meu passaporte... E eu pensando que nada mais faltava pra acontecer. Mas estou confiante, afinal, é meu documento e deixei com o consulado, é responsabilidade deles saberem onde está e ele tem que aparecer até minha viagem senão eu faço um escândalo. 

Eu disse que pensava que nada mais podia acontecer, não é? Bom, recentemente os EUA está sofrendo com o furacão Sandy que está APENAS devastando o país e cancelando todos os voos. Mortos, feridos, alagamentos, destruição, tragédia e aeroportos parados. Me diz como eu vou viajar com um furacão indo para a Flórida? Da pra POR FAVOR parar de quererem acabar com a minha viagem? Esse Dobby ta muito forte, mas seja o que for, eu vou enfrentar o que for acontecer lá! Se for o fim do mundo, que seja lá, trabalhando, vivendo um sonho! Eu ligo pra minha mãe depois, juro. Então mundo, por favor, me deixa viajar.

Hoje fico por aqui e tentarei não ficar tanto tempo sem postar. E não vou falar nada sobre manter posts lá porque to adiando o de Cambridge até hoje, né... Então melhor só contar as coisas por telefone mesmo! HAHA 

xx

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

I miss my blog

Com toda certeza do mundo eu sinto falta disso aqui! Tenho umas novidades, umas que já nem são tão novidades assim e muita ansiedade pra despejar no teclado! Então vamos começar?

1. O processo seletivo

Foi desgastante e isso acho que deu pra perceber... No começo eu estava completamente sozinha, apenas eu e minha mãe sabíamos que eu estava tentando o programa e eu preferi deixar assim (por dois motivos, não queria decepcionar ninguém caso não passasse ou desistisse e não queria concorrentes, simples). Me inscrevi, sofri sozinha até a primeira palestra e fui completamente só para lá. Devorei blogs, tumblrs, sites e depoimentos, cacei na internet alumnis fofos para me ajudar, tudo para me preparar para a primeira entrevista, a qual eu estava apavorada e uma pilha de nervos! Fui sozinha novamente e lá conversei com muita gente, uma delas eu reencontrei em BH, outra na minha faculdade, BH e será minha possível roomie e a terceira é a fofa que fez a entrevista comigo! Não fiz nenhuma amizade sólida, mas conheci gente legal e interessante!
Eu achava que o período aguardando a resposta da primeira entrevista era difícil e torturante, mal sabia eu que era só o começo de muitos mini heart attacks! Quando vi que fiquei em Stand By chorei muito, não tinha me preparado pr'aquilo, eu estava tão confiante que ia passar, mas estava falando pra mim que podia não passar também. Mas ficar na lista de espera não era algo que eu esperava, uma tortura maior não estava nos meus planos. Foi aí que eu comecei a focar realmente e dar muito mais valor ao programa. E fui fazendo amizades! Entrei nos grupos do facebook e logo estava me enturmando! Quando eu fui chamada foi épico, tinha tudo dado errado no meu dia e foi o único dia em que não pensei, me foquei e grudei no celular/internet esperando pela resposta, foi também um dos melhores dias da minha vida. Mas essa história é tão grande que quase merece um post só pra ela. Aí começou a preparação para a segunda entrevista, que seria em BH. Corre para comprar passagens, fechar um hostel e assim, fazer muitos amigos! Amei o tempo que passei em Minas, foi muito especial (conheci a mimi!) e vou levar pra sempre! #TEAMLARANJA Bom, eu me preparei ''menos'' dessa vez, também treinei respostas, pesquisei perguntas, mas bem menos que da próxima vez, eu queria ser eu mesma, tinha botado isso na cabeça. E acho que foi isso que me fez ir bem, eu madruguei, assisti a palestra morrendo de fome, tava morrendo de nervoso antes (e durante) a entrevista, mas sentei lá e fui eu mesma. Brinquei, conversei, contei histórias e mostrei meus pontos fortes, além dos meus objetivos. Eu só queria mostrar quem eu sou, fosse fazendo uma piada infeliz que faria minha mãe rolar os olhos e dizer ''menos, filha, olha o que você ta dizendo'' ou fosse sendo a pessoa mais disney look e robótica possível. O período esperando o resultado foi ainda pior! Mesmo sendo menor, foi mais doloroso porque dessa vez eu sabia o que era ser SB, sabia que o sonho podia acabar ali, na praia, e sabia que um congratulations mudaria minha vida para sempre. O dia que o resultado saiu também foi épico e merece uma atenção especial, uma que não vai ser agora. Quando vi meu resultado eu vibrei de felicidade, não chorei, dei um meio grito, mas chorei e fiquei triste por amigos que não tiveram a mesma sorte. Claro que meus SBs queridos depois passaram e eu fiquei mais feliz com o resultado deles do que com o meu próprio! Bizarro, não? Enfim, ainda fico triste pelos que foram reprovados e pelos que não foram chamados (apesar dos meus amigos sbs terem sido chamados!), espero ver todos ano que vem (ou num futuro próximo) na Disney!

2. A ansiedade para o embarque

Não tem como explicar. Eu simplesmente não sei mais quem sou, não tenho outro assunto senão esse, se antes eu vivia Disney, agora eu respiro Disney e expiro ICP. Já fiz lista de compras para casa, arrumei roomies, lista do que levar, pensando no que farei após o programa, pensando nas festas de lá, no trabalho, sonhando em ser chamada para ser uma princesa (a esperança é a ultima que morre) e isso só vai me matando aos poucos. Claro que lá nem tudo são flores, mas eu sei que vai valer a pena. Mal posso esperar para a viagem e o sonho começar!


xx

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Let the memories begin.

Já faz tempo que eu to devendo um post pra cá e hoje eu pretendo cumprir a promessa que fiz há um tempão. Eu gostaria da atenção para um anúncio: EU PASSEI! Passei para o Disney College Program e em novembro estou embarcando para começar o meu sonho! Eu sabia que toda a ansiedade, felicidade e pensamento positivo não seria em vão! Ninguém imagina o QUANTO estou feliz! 
Tem como não se emocionar ao ler uma coisa dessas?

Bom, trabalharei como Quick, minha terceira opção. Confesso que quando li fiquei meio abalada porque eu queria MUITO minhas duas primeiras, mas estou feliz e satisfeita com essa. EU VOU SER RICA! hahaha porque é um dos melhores salários por lá. Espero trabalhar na Bakery (voltar cheirando a canela), Ice Cream Parlor (sorvete o dia todo!) ou na nova Gaston's Tavern (não conheço porque é novo, mas é da Bela!). Basicamente eu quero algo que não envolva fritura, óleo, gordura e turkey legs hahaha! Vender pipoca e sorvete nos carrinhos também é divertido! Só quero ver como irei cuidar do dinheiro... vou andar com calculadora o dia todo.

Claro que tudo são flores, ou quase tudo, estou contando os dias, nem presto atenção nas aulas mais, só penso nisso, já comecei a fazer a lista do que levar/comprar, mas assim como no meu intercâmbio estou com medo. Nem sempre será festa, eu vou ter que cozinhar, lavar, viver all by myself, mexer com dinheiro, ter um supervisor, ficar em pé por horas, ficar sem comer por horas, pegar o transporte sozinha, basicamente me virar. Como na Inglaterra, só que com uma responsabilidade maior. Não me sinto preparada, mas eu sei que estou pronta, então pode vir, ICP. E ainda tenho o Grace Period, tenho que decidir tanta coisa! O tempo passa tão rápido...

Outro problema é: o namorado. Ele não quer que eu vá, o que me deixa muito triste, mas é um direito dele, ficar 3 meses (ou 4) não é tão fácil, entendo completamente o lado dele, mas... Poxa, eu fico triste. Quero muito ir, mas não quero magoá-lo. Um dilema que estou vivendo...

Acho que já deu pra ter uma atualizada, né? Eu provavelmente demorarei para escrever, mas eu prometo me esforçar para vir aqui mais vezes!

Até mais x

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Day #27, #28, #29 and #30 - final DC post

Boa tarde! Eu tenho MUUUITO o que contar, mas antes eu quero acabar com o desafio. Eu to meio enrolada agora, por isso vou fazer correndo os dias restantes. Bom, eu queria escrever antes, mas estava super ocupada e enrolada e quando dava, tinha preguiça, ME JULGUEM! Mas hoje acabo e em breve (talvez mais tarde hoje mesmo) eu conto mais detalhes sobre meu processo no ICP. Agora eu fico pensando, se eu já sou toda enrolada não tendo quase nada (tenho sim, ok? ><) pra fazer, me imagina na Disney tendo que trabalhar, ir pras partys e dormir se eu conseguiria manter um blog atualizado? Acho que não, nem na Inglaterra deu certo. Aliás, acho que estou devendo um (ou vários) posts sobre Cambridge... mas pra variar, fica pra próxima.

Preparados para a Saddest death de todos os tempos? Olha, eu sou meio chorona, já chorei com diversos filmes e inclusive deixei lágrimas caírem em Branca de Neve, mesmo eu tendo meus 15 anos pra cima. A morte do Ray da Princesa e o Sapo é muito dramática e horrível, mas a MAIS TRISTE com toda certeza é de Mufasa, em Rei Leão. Essa cena me traumatizou muito porque me fazia pensar na perda da minha mãe, alguém que é um Mufasa pra mim, um exemplo, uma heroína. 
VÊ SE NÃO DA UM APERTO NO CORAÇÃO!

Eu não consigo escolher meu quote favorito simplesmente porque eu tenho vários. Então eu deixo um link com um tumblr cheio de quotes lindos e divertidos para vocês acharem seus próprios. Só digo uma coisa: Sebastião, Aladdin e Peter Pan são uns lindos! Obrigada por tudo.  

MY FAVOURITE THEME PARK: MAGIC KINGDOM! É mágico, clássico e TODOS amam. Eu simplesmente sou apaixonada pelo HS, mas o MK tem um amor eterno no meu coração. Foi o primeiro parque que eu fui, logo o primeiro pelo que me apaixonei. Vivi histórias lá que guardarei para o resto da vida, como me perder da minha mãe aos sete anos ou ver a felicidade da minha tia ao pisar no lugar. É maravilhoso, se nunca foi, vá! Apesar dos brinquedos do HS serem muito melhores, eu tenho muito carinho pelo MK. Eu ia botar uma foto minha em frente ao castelo, só que eu to horrível, então não, vamos esperar pela próxima viagem (final do ano, yay!). Ah, eu sempre achei que o castelo deveria ser o da Bela ou o da Aurora porque elas que passam o filme inteiro em casa, maaas se o tio Walt quis o da Cinderela, eu não me importo, é lindo de qualquer forma. Ah, eu fui no verdadeiro castelo, no que o inspirou! E é maravilhoso ao vivo e a cores!
Olha que perfeição, cara! A estátua na frente que mexe comigo!

MY FAVOURITE THEME PARK ATTRACTION/RIDE: The Hollywood Tower of Terror! Eu não sei se posso escolher uma attraction de outro parque, mas o desafio é meu e eu disse que pode, pois essa é minha favorita batendo de frente com a montanha russa do Aerosmith, do mesmo parque. Esse brinquedo me assustava muito quando criança, é uma espécie de Cabum da Terra Encantada, só que mais bem feito, bem mais alto e tem toda uma história de terror. Vou confessar que é a história que me fascina e que me faz amar tanto essa ride, mais do que o brinquedo em si. Mas ele é todo decorado de acordo com o tema, da medo mesmo! E o brinquedo é o seguinte, é um elevador de um hotel bem antigo e que após a queda foi completamente abandonado, explicando assim porque é tudo cheio de teias de aranha, poeira e intocado. Não contarei mais do que isso pra não acabar com a graça, então a não ser que tenha medo de altura (quem tem nervoso quando desce de repente como eu, pode ir que vale a pena!) vá sem medo e sem frescura! O videozinho no começo até me arrepia e a sensação do brinquedo é maravilhoso! AH, VOCÊS TEM QUE IR E PRONTO! 


E assim me despeço do meu Disney Challenge, espero que tenham gostado e inspirado muitos a fazerem o mesmo. Tive muito prazer em fazer e uma nostalgia enorme ao pensar nas respostas. Apesar de muitas eu nem precisar pensar tanto assim e outras eu simplesmente não conseguir decidir, foi uma experiência gratificante. E que venham os próximos! Quem sabe um ICP challenge? Logo mais eu volto para dar detalhes sobre o programa.

See ya xx


ps. ''DC'' no título é referência a Disney Challenge.